segunda-feira, 14 de maio de 2012

Jornada de Lutas - As cotas e os Direitos Negados ao povo negro.




O 13 de Maio representa para o povo negro o dia da falsa abolição da escravidão. Para nós, fica evidente que na prática a liberdade ainda não existe. Em 1888 depois de mais de 300 anos de escravidão, e de muita resistência dos negros escravos,  foi assinada uma lei que determinava o fim do trabalho escravo, mas em nenhum momento falava de reparação, de inserção na sociedade, de garantia de direitos, em 2012 é muito nítido que nada mudou. O povo negro continua submetido aos restos de uma sociedade com tanta desigualdade.
 Portanto, o 13 de maio não é dia de festa, nem de comemoração, e sim dia de lembrar que por trás de uma sociedade desigual em sua existência, existe uma estrutura racista que precisa ser derrubada. Nesse sentido, o comitê articulou uma jornada de ações, de lutas.

Vamos ás nossas ações :


10 DE MAIO - Ato pró-cotas - Ocupação Faculdade de Direito da USP

No dia 10 de maio, em uma ação que reuniu cerca de 300 militantes,  fizemos uma marcha que partiu da Praça da Sé- SP em direção a Faculdade de Direito da USP no Largo São Francisco, onde foi realizada uma aula pública sobre cotas e a questão quilombola. Na mesa estavam: Danilo Cruz estudante de Direito da USP e militante do Levante Popular da Juventude e do Fórum da Esquerda, Milton Barbosa e Reginaldo Bispo militantes do MNU- Movimento Negro Únificado, e Beatriz Lourenço da UNEafro - Brasil. Com a palavra de ordem CONTRA AS COTAS, SÓ RACISTAS! a ocupação deixou evidente a necessidade do debate da questão racial brasileira, e principalmente da necessidade da ocupação de espaços Racistas pelo movimento negro.

11 de Maio - Apoio ao debate do Núcleo de Consciência Negra na USP


O Núcleo de Consciência Negra na USP completa em 2012 25 anos de resistência dentro de uma das universidades mais elitizadas e racistas do Brasil. De encontro a isso vem as reiteradas tentativas de expulsão do Núcleo pela Universidade, que configuram uma perseguição ao debate e a tentativa de inserir o povo negro na Universidade. O debate sobre resistência Negra que aconteceu na data não deixa dúvidas sobre o papel do Núcleo, e da necessidade que lutemos para que o espaço seja mantido.


12 de Maio - Discussão, Panfletagem e Música na Cidade Tiradentes

 As periferias de SP são alvos princípais da Polícia que mata os jovens negros. Portanto, é fundamental nossa intervenção nesses espaços, uma vez que, a maioria de nós é parte dele. A Cidade Tiradentes é mais um espaço de resistência do povo negro, que participou da atividade.


Lembramos que o RAP é fundamentalmente objeto de resistência, que cria identidade para os jovens negros, potencializa a resistência.
A atividade aconteceu durante a tarde e se estendeu até o começo da noite.












1O DE MAIO:  Panfletagem nas missas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e colagens pelas ruas do centro de SP. 





Em uma atividade de muito diálogo com as  mulheres pretas, recebemos diversos apoios que demonstraram o anseio dessas mulheres de serem lembradas como símbolo de resistência e luta do povo negro. Portanto, lembramos nesse dia das mães qual o papel das mulheres negras nessa sociedade e da necessidade de que combatamos o genocídio da população preta, o racismo e o machismo.

DIA DAS MÃES TAMBÉM É DIA DE MÃE PRETA!


14 de Maio - DEBATE NA PUC-SP




A militante Vanessa Nascimento deu uma aula de sensibilidade para o debate , de argumentação ideológica. A mesa foi composta pelo professor Pedro Serrano, professor da casa e pela defensora pública Maíra Diniz, e trouxe os aspectos jurídicos, e sociais do debate. A atividade foi organizada pelo coletivo Construção Coletiva do curso de Direito da PUC-SP.


Vanessa encerrou o debate com o chamado: "Se incomodem com o racismo, se incomodem com a falta do negro na universidade, venha para a luta por cotas já!          
Terminamos a jornada, lembrando que isso é parte de uma grande luta que estamos construindo!


SE PALMARES NÃO VIVE MAIS, FAREMOS PALMARES DE NOVO!

4 comentários:

  1. salve compas interessantíssimo a continuidade disso......pensar em manter um calendário de ações pra não deixar esfriar!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Nós, da Editora Base em Curitiba trabalhamos com livros didáticos.
      Estamos produzindo um novo material de Sociologia para o Ensino Médio. Neste material o autor solicitou a imagem do cartaz veiculado no blog sobre o combate ao racismo. Solicito, pois, autorização para reproduzir a imagem no material didático.
      Você pode entrar em contato comigo para que eu formalize o pedido?
      Meu contato é: iconografia4@baseeditora.com.br
      Obrigada.


      Belquís R. Drabik
      Historiadora

      Excluir
  2. Acho que vou organizar o: "Jornada de Lutas - As cotas racistas e os Direitos que estão sendo Negados ao povo branco"

    ResponderExcluir
  3. É impressionante até onde chega a ignorancia de algumas pessoas nessa pagina http://www.rabodearraia.com/capoeira/blog/post/view/identifier/A-CAPOEIRA-DESDE-O-DESCOBRIMENTO-DO-BRASIL-A-ORIGEM-DA-CAPOEIRA/ achei um post onde "mestre capoeirista" extremamente racista e iludido quer creditar a capoeira exclusivamente aos indios com base numa unica e vaga descrição de uma luta indigena, em meio a discusão até o credito pelo berimbau quiseram roubar, com base num instrumento só ligeiramente parecido.

    ResponderExcluir